ESPAÇO VAZIO!



Tento expressar em palavras um pouco da minha da minha frustração, das minhas tristezas, da minha solidão, do lixo que eu sou.

Nunca consigo! Eu sou um merda até pra isso. Odeio ser eu. 

Estou num daqueles momentos em que me odeio e odeio ser quem eu sou. Sim, repeti a mesma merda dita anteriormente, foda-se, não estou raciocinando direito para poder formular um texto bem escrito.

Estou escrevendo este texto mais como uma forma de desabafo, de poder botar pra fora tudo que está aqui dentro e que eu busco esconder de todos, até das pessoas que confio.

Odeio ser quem eu sou porque sou solitário. Odeio ser quem eu sou, pois sou um desperdício de vida. Odeio ser quem eu sou, pois se pudesse mudaria tudo, mas, mesmo podendo, não mudo. Odeio ser quem eu sou porque sou extremamente COVARDE. Caralho, eu odeio ser covarde. Mas a covardia acaba sendo mais forte que eu. Eu sou a perfeita definição de covardia. Eu me odeio!

Se tratando de relacionamentos, eu sou um completo fracassado. Desde a infância, entre fortes amores platônicos (e amores não-platônicos só posteriormente descobertos) e paixonites simples não correspondidas, minha vida amorosa se resume a apenas uma “peguete” em longos 22 anos de vida.

VINTE E DOIS ANOS. Apenas dei meu primeiro beijo na boca aos 20. Continuo virgem até hoje. Não, eu não resolvi esperar. Eu sou ateu e não tenho nenhuma desculpinha religiosa para justificar o fato de nunca ter transado. Simplesmente sou virgem porque até hoje nenhuma mulher quis transar comigo ou eu não tive iniciativa suficiente para descobrir se alguma queria. Como forma de compensar, acabo recorrendo a masturbação.

Me tornei viciado em masturbação. Meu maior fetiche é por lésbicas, não sei o porquê. Talvez seja algo psicológico justamente por conta do meu fracasso em ser homem.

Tenho certeza que meus pais se perguntam até hoje por que nunca apresentei “minha namorada” a eles, por que até hoje não tive uma namorada. Eles devem se preocupar muito por conta disso. Temo que eles pensem que sou gay. Não que eu tenha algo contra homossexualidade, já me libertei deste preconceito há anos e respeito a liberdade individual de cada um. Só que, justamente por já ter brigado com eles ao terem comportamentos homofóbicos, é que esse temor deles pode ter se reforçado. Seria uma grande decepção para eles. Não os culpo, eles querem netos e foram criados em uma sociedade heteronormativa, logo isso seria "absurdo" para eles. Não penso igual a eles.

Mas eles não precisariam ter essa preocupação em relação a mim. Eu nasci hétero, bem hétero, não tenho dúvidas. Gosto de mulher e só. Mas sou um fracassado quando se trata de conseguir TER uma companheira. Não faço estilo “pegador”. Não sou cafajeste, não sou descolado, não sou maneiro, não sou “underground”, não sou "cult", não sou porra nenhuma. Não tenho absolutamente nada de atraente para nenhuma mulher. Nem biotipo, nem papo, nem estilo, nada. Meu sex appeal parece ser rigorosamente nulo.

Sou só um nerd gordo, na pior concepção possível da palavra. Não o “nerd cult”, dos Tumblr’s da vida, que se diz nerd por gostar de The Big Bang Theory e Star Wars (aliás, jamais assisti Star Wars, assim como jamais assisti Senhor dos Anéis ou Matrix). Sou nerd estilo CDF, aquele que tem poucos amigos na escola e ninguém quer ser, ninguém admira.

Não tenho grandes experiências de bullying, apesar disso. Não sofri tanto. Mas meu fracasso amoroso é realmente algo MUITO, MUITO incômodo, pior do que qualquer surra ou apelidinho dado por terceiros. 

Eu sei que não sou o homem mais feio do mundo. Não sou extremamente gordo (apenas acima do peso, mas nada absurdo) e também não sou repulsivo. Não sou fedorento, nem nojento. Me cuido relativamente bem. Meu problema não é estético/higiênico Mas eu não tenho nenhum jogo de cintura, não tenho atrativos. Sou completamente Beta.

Eu tenho medo, receio de desrespeitar, de causar reações negativas, de tentar, de arriscar. Eu fico mofando na zona de conforto e me limito a ser “amigo”. Entre aspas porque nem amigo eu sou realmente. Sou apenas um colega de trabalho/faculdade, ali pra ver na hora e só. Não desperto paixões. Não desperto desejos. Não desperto sentimentos. Sou completamente indiferente, incolor, transparente… Não desperto ódio, mas não desperto amor. Não preencho nada.

Por vezes me pergunto se eu morresse hoje, quem sentiria a minha falta? Será que falariam de mim? Será que alguém, além dos meus pais e meu irmão, pensaria em mim? Será que eu seria lembrado por alguém? Acredito que não. E isso é que é o mais triste na minha vida. Eu não faço a menor diferença.

Não há nada pior do que apenas existir por existir, sem viver, sem sentir, sem tocar, sem amar, sem transar, sem fazer diferença na vida de outrem. Estou perdido na imensidão da minha solidão. No mar obscuro da indiferença. Nas profundezas do medo e da ignorância. Na zona morta de conforto que não me conforta.

Retiro o que disse no começo. Não sou um merda. Merda tem alguma utilidade, merda faz alguma diferença e causa reações, mesmo que negativas. Nem a merda eu sou equivalente.

Eu sou simplesmente descartável. Assim como esse texto!

Obrigado pela leitura. Precisava jogar isso pra fora.

Powered by Blogger