Falsos prazeres que não preenchem lacunas


Que solidão é essa que aflige a minha alma?

Que solidão é essa em que nada me acalma?

 

Vivo em uma grande cidade que pulsa barulho.

Mesmo assim, apenas escuto aquele silêncio ensurdecedor.

Penso ser talvez o som do meu orgulho.

Mas na realidade é simplesmente a pura ausência de amor.

 

Em pequenos prazeres, tento no êxtase suprir essa ausência.

Uma alegria de poucos segundos que prolongaria minha existência.

Uma intensidade tão grande em sua essência.

Mas que de pouco em pouco vai se tornando minha própria tendência.

 

No entanto, um pequeno prazer como esse não é nada se feito de maneira solo.

Sem uma mulher quente e carinhosa que esteja em seu colo.

Aos próprios deuses dos quais não acredito, eu imploro.

Cure-me deste maldito vício em que a cada dia pioro.

 

Tudo que preciso é de uma companhia.

Infelizmente, minha timidez e falta de atitude apenas me limitam.

E assim vou vivendo dia a dia.

Com zonas de conforto malditas que me irritam.

 

Quero mudar e poder olhar para mim no passado.

Pensar em como fui idiota o tempo inteiro.

Me perguntar a como cheguei nesse estado.

Em que da minha destruição, eu estava sendo o engenheiro.

Vida, felicidade, qualquer merda...



O que raios é a felicidade? Por que a buscamos insaciavelmente? Ela deve ser nosso objetivo de vida? É pra isso que estamos aqui? 

Há muito tempo já cheguei a conclusão de que “feliz para sempre” não existe. É apenas um ideal criado pela Disney para vender ilusões. Felicidade é apenas um estado momentâneo, exatamente como tudo na vida. 

Penso como seria se fôssemos felizes o tempo todo. Sem dramas, sem choro, sem sofrimento, sem desilusão, sem brigas, sem guerras. É... eu sei. SERIA UMA MERDA!! Quer coisa mais monótona e pragmática? Quer coisa mais previsível e sem sal? Tudo que é certinho demais tende a dar errado no final das contas. O ser humano é o animal mais (ir)racional que existe. Gostamos de nos aventurar, gostamos de correr perigo, gostamos de brincar com o fogo, gostamos de desobedecer, gostamos de foder com os outros, gostamos de movimentar as coisas quando tudo está quieto demais. É da nossa natureza sermos grandes filhos da puta. E graças a Deus que somos assim.

Reflita: Sem dor, não há alívio. Sem escuridão, não há luz. Sem fome, não há fartura.  Sem mal, não há bem. Sem sofrimento, não há felicidade. Um precisa do outro. Eles se completam, se preenchem, se encaixam. A melhor definição para cada um deles é justamente ser o oposto do outro.

E as pessoas, sem saber a besteira que estão fazendo, correm atrás da felicidade eterna. Burrice. Seguindo um padrão vendido, sem pensar por conta própria, sem saberem o que realmente querem de suas vidas ou o que raios fazem aqui. Traçam planos e mais planos da vida ideal, nunca chegando ao objetivo. E se chegam, finalmente percebem: não era porra nenhuma do que esperavam.

Exatamente como nossa sociedade consumista, onde cada produto promete eficiência, objetividade e a solução definitiva dos problemas. Mas junto com eles, vem uma penca de adversários jurando exatamente a mesma coisa. Isso sem falar em atualizações, adaptações, melhorias, upgrades que sempre te fazem pensar que o que você tem é velho, ultrapassado, ruim e, se te servia há uma semana, já não serve mais.

A porra da vida é um ciclo sem fim em torno de um objetivo que no final não é merda nenhuma. Isso porque não importa o que você tenha ou faça, uma hora acaba. Você pode ser notável. Você pode possuir coisas notáveis Você pode ter feitos eternos que serão lembrados por gerações. Mas um dia, uma hora você acaba… Exatamente como a felicidade que tanto buscamos. Por que a buscamos? Onde a encontramos? Realmente precisamos dela?

Mas, afinal, o que é a felicidade?
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